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O profissional do futuro vai se reinventar muitas vezes.


A expectativa do brasileiro em 1957, ano em que eu nasci, era de 48 anos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE). Já superei em mais de uma década minha data de morte, em 14 anos para ser exata. Possivelmente sou um exemplar da primeira geração com o maior numero de centenários no Brasil e fico feliz que o IBGE com o contexto que lhe foi possível analisar na época tenha errado nessa previsão.


Imaginem, se eu morreria aos 48 anos, significava que aos 25 anos quando me formei em psicologia eu tinha um crédito de 23 anos para: trabalhar na profissão que havia escolhido, casar, ter filhos, construir algum patrimônio e com alguma sorte conhecer meus netos. Hoje o cenário é outro. Vai dar tempo de mudar de profissão algumas vezes, descasar e casar com níveis de maturidade diferentes, construir algo que tenha significado e valor para todos e certamente conviver com pessoas 40 anos mais novas. Uma perspectiva que me encanta!


Desafios desse cenário descrito acima? Vários! Vamos a alguns deles.


Mudança de Minset


Quando olhamos uma pessoa grisalha o estereótipo é o de um avô, uma avó. Alguém que está no final da vida. Só que agora o final foi adiado em 30 anos. Este mesmo estereótipo nos leva a crer que esta pessoa está defasada do mundo, parou em algum lugar no tempo e a realidade passou correndo deixando-os na poeira virtual que a tecnologia levantou.


Tenho notícias para quem pensa assim. Mesmo que existam indivíduos que tenham se deixado levar por essa profecia auto-realizável, a de que “velho” deve ir para casa “pendurar as chuteiras”, “vestir as pantufas” e quem sabe morrer sim de tédio em frente a uma tela plana, não se concretizou. Nós os “longevos”, os “maduros plenos”, o “tsunami prateado”, os “sexagenários adolescentes” estamos inventando essa nova fase da vida que ainda não havia sido vivida por ninguém antes de nós. E como vamos viver mais aguardamos os Zs de braços abertos para agregar a nossa sabedoria. Uma perspectiva que me encanta!


Gerações


Se colocarmos o termo “geração” em um site de busca na internet vamos encontrar divisões por datas de nascimento que até bem pouco tempo nos ajudavam a entender as gerações, seus hábitos de vida, aspirações, consumo. Um conceito operacional criado pelo marketing americano pós-guerra na tentativa de entender os baby boomers, Xs, Ys, Millenius, Ws, Zs, Alfa (e começamos o alfabeto novamente ;-). Quando me deparo com as descrições contidas nessas classificações me enxergo e aos grisalhos de forma transversal, ou seja, temos sim características da geração baby boomers e das outras também. Isso me faz pertencer a qual delas exatamente? ... Vamos ter que reinventar isso também. Uma perspectiva que me encanta!


Pós-digital


O processo de globalização vivido pelo mundo democratizou o acesso à tecnologia, que antes era um privilégio de poucos. A era digital trouxe avanços ao permitir que a informação estivesse ao alcance “de todos”. Essa cultura global favoreceu a inclusão digital em todos os cantos do planeta, mesmo que ele seja redondo. Aumentou a qualidade de vida das pessoas que agora tem acesso a informações que não tivera antes. Sem olhar a gênero, orientação sexual, ou faixa etária.


Já estamos vivendo o pós-digital. A presença da tecnologia digital hoje é tão ampla e onipresente que, na maior parte do tempo, nem notamos que ela está lá. Tal como a eletricidade, nós só percebemos a sua existência quando falta. Já superamos o mundo analógico, é difícil imaginar boa parte do que fazemos hoje sem a presença da tecnologia digital. Atualmente não há diferença entre mundo digital e mundo real, entre on e offline. Está tudo junto. Os que nasceram com o “controle remoto” na mão, que tem o mesmo jeito intuitivo de aprender a tecnologia estão convivendo com os 60+, grisalhos, que aprendem com os mais novos e apresentam uma vantagem que não é tecnológica e sem de sabedoria, pois estão na vida adulta a pelo menos 40 anos. Vamos aproveitar essa oportunidade e construir pontes entre as faixas etárias. Uma perspectiva que me encanta!


V.U.C.A.


E essa tal de V.U.C.A.? Essa realidade volátil, incerta, complexa e ambígua, sigla que tenta descrever o contexto de realidade que vivemos nos dias atuais. Embora o termo tenha sido cunhado na década de 90 se mantém atual na tentativa de nos dar pistas do que vem por aí. Estamos preparados para a próxima curva? E qual a relação desse contexto com os baby boomers caracterizados nos sites de buscas como quem: procura padrão de vida estável; prefere qualidade e não quantidade; sabe o que quer; não é influenciado por terceiros e os Zs, caracterizados como quem: estão sempre conectados; preferem computadores a livros; vivem em redes sociais; buscam sempre novas tecnologias; grande senso de responsabilidade social?


Se vamos viver mais um espaço que com certeza vamos compartilhar é o espaço das atividades profissionais, seja ele concreto ou virtual. Se os Zs, nascidos nos anos de 1990 já chegaram ao mercado de trabalho eles vão se encontram com os “prateados” lá. E não é porque temos uma reforma da previdência no Brasil e sim porque nós queremos uma vida visível, plena de sentido, contributiva, divertida, cheia de propósito que nos faça feliz. Onde toda segunda-feira é sábado.


É uma espécie de dobra no tempo, em que não adianta olhar para o que fizemos nem tentar adivinhar o que faremos. Em um contexto V.U.C.A. o que existe já não vale mais, mas o que passa a existir também não substitui o anterior em todas as dimensões. É como se primeiro precisássemos destruir para depois construir. Uma perspectiva que me encanta!

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STELLA BITTENCOURT

 

LIFE STRATEGIST

 

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