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Comunicação Não Violenta, Empática: o que é, para que serve ;)


A Comunicação Empática tem suas origens na Psicologia Humanista desenvolvida por Carl Rogers.


A psicologia humanista é um ramo da psicologia em geral, e da psicoterapia em particular, considerada uma outra via, ao lado da psicanálise e da terapia comportamental. Surgiu como uma reação ao determinismo dominante nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável. Força essa inerente a todo ser humano que é, no entanto, impedida por fatores externos de se desenvolver plenamente. Assim sendo busca uma humanização da psique, considerando o homem como um processo em construção, detentor de liberdade e poder de escolha.


O primeiro teórico a desenvolver uma teoria humanista na psicologia foi Abraham Maslow, com sua pirâmide das necessidades. Suas ideias foram recebidas, mais tarde, por Carl Rogers na sua terapia centrada no cliente, assumindo assim um significado prático.


A tese central de Carl Rogers é:


“O indivíduo possui possibilidades inimagináveis de compreender-se de modificar os conceitos que tem de si-mesmo, suas posturas e seu comportamento; esse potencial pode ser liberado se a pessoa puder ser trazida a uma situação caracterizada por um clima favorável para o desenvolvimento psíquico"

Autores como Viktor E. Frankl (logoterapia), Erich Fromm (psicanalista), e Fritz Perls (gestaltoterapia) desenvolveram abordagens que lhe são muito próximas. Pressupostos básicos de todas essas linhas? Abaixo:

  • O ser humano é mais do que a soma de suas partes tomadas individualmente;

  • ele vive em relações interpessoais;

  • ele é um ser consciente e pode desenvolver sua percepção;

  • ele pode decidir-se;

  • ele comporta-se de maneira intencional.

A Comunicação Empática foi concebida para que todos nós pudéssemos nos reconectar com princípios que estão desde sempre dentro de nós, mas que por uma série de razões ao longo da vida vão se perdendo.


Pesquisas realizadas na área da psicologia nas últimas décadas mostram que crianças pequenas apresentam a tendência de querer ajudar, ou seja, apresentam compaixão pelos que estão à sua volta, família próxima e amigos.


Sua Santidade o Dalai Lama afirma que a compaixão é nata nos seres humanos e que se manifesta facilmente para os entes queridos mais próximo e que pode ser desenvolvida em relação aqueles sem vínculos familiares ou de amizade atravez do aprendizado.


Para uma Comunicação Empática, compassiva, devemos entender o conceito de necessidades que em sua origem significa “aquilo que não cessa”. Por exemplo todos nós precisamos: dormir, de ar, comida, abrigo, acasalar. Fica fácil de entender que todos nós apresentamos tais necessidades ao longo de suas vidas.


Me parece que a dúvida sobre as necessidades aparece quando chegamos ao modo de satisfazer as necessidades. E a discordância sobre o modo de satisfazer uma necessidade é fonte de muitos conflitos entre pessoas e grupos.


Por exemplo, todos precisamos de comida. Algumas pessoas escolhem como estratégia para suprir essa necessidade comer carne, outras são vegetarianas, outras são veganas. Todos nós precisamos nos divertir, mas alguns vão para a balada, outros preferem Netflix, e assim por diante.


Ao percebermos que todos possuímos as mesmas necessidades, conseguimos ter mais compaixão. Se eu quero ir ao cinema e meus amigos querem ir para a balada, tudo bem. Entendendo que a necessidade subjacente é idêntica (diversão), consigo me conectar com eles, embora discordemos da estratégia utilizada nesse sábado a noite. Nesse sentido, não é que queiramos coisas totalmente diferentes. Queremos diversão, mas supriremos a necessidade com estratégias distintas.


Como reconhecer as necessidades nossas e dos outros?

As necessidades estão intimamente relacionadas com as nossas emoções, com os nossos sentimentos (não vou entrar aqui na diferença conceitual entre emoção e sentimento, usarei como sinônimo).


Emoções geralmente classificadas como negativas (raiva, tristeza) são indicações ótimas para começarmos a investigar as necessidades. São “negativas” porque apontam que uma ou mais necessidades estão “no negativo”.


Se quero muito sentar e conversar com um amigo sobre um problema, e ele chega muito atrasado, posso me sentir triste – enquanto espero – porque não estou tendo a minha necessidade de compreensão atendida. Se estou com raiva, pode ser que esteja com fome ou pode ser que esteja com sono.


Recordando que as necessidades são universais, entendo que os outros também vão apresentar sentimentos e comportamentos que visam suprir ou informam sobre suas necessidades.


Concluindo, ao reconhecermos as nossas necessidades e as necessidades alheias, muitas situações de conflito se resolvem e muitos problemas se esclarecem. Afinal, brigamos, discutimos, nos desentendemos não por causa das necessidades, mas pela forma (estratégia) usada.


O que você está sentindo agora?

Há uma necessidade atendida para celebrar?

Há alguma necessidade que não está sendo suprida e você precisa cuidar?

Há talvez alguma necessidade de compreensão sobre o texto que não foi atendida?


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STELLA BITTENCOURT

 

LIFE STRATEGIST

 

ADVISORY | MENTORING | LEARNING

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