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Para criar confiança é preciso ser sincero.


Moro em Porto Alegre (RS) atualmente. Tenho um apartamento mobiliado, contas no meu nome e uma planta. Nada disso é glamoroso ou empolgante, ... e eu gosto que seja assim. Depois de muitos anos intensos viajando com a casa nas costas, a maior lição que tirei das minhas aventuras foi que a liberdade absoluta, por si só, não significa nada.


A liberdade nos dá a chance de encontrar um sentido maior, mas ela em si não tem necessariamente nada de significativo. No fim das contas, a única maneira de encontrar significado e propósito é abdicar de escolhas, num processo que constitui um estreitamento da liberdade, ao escolher formar vínculos e assumir compromissos com um lugar, uma crença ou (ai!) uma pessoa.


Lembro-me de uma conversa franca que tive com uma estrangeira. Conversávamos sobre assuntos variados e eu fiz um comentário banal. Ela me olhou de um jeito estranho e falou que o que eu tinha acabado de dizer era uma idiotice. Quase engasguei. Não havia nenhum traço de agressividade em sua voz; ela falou como quem conta um fato corriqueiro, mas mesmo assim fiquei abismada. Afinal de contas, esse tipo de franqueza é avaliado como altamente ofensivo, sobretudo vindo de alguém que você acabou de conhecer. A verdade é que em sua terra natal todos agiam assim e eu esquecera. Inseguranças imediatamente apareceram. Aos poucos me lembrei de como apreciava o que o fato realmente era: expressão pura. Honestidade no sentido mais adequado da palavra. Comunicação sem cláusulas de condições, sem parcialidade velada, sem segundas intenções, sem desespero por agradar.


Aceitar a rejeição era uma estranha forma de libertação!


Viajar, para mim, tinha sido uma ferramenta fantástica de desenvolvimento pessoal, porque nos afasta dos valores da nossa cultura e demonstra que outra sociedade pode viver com valores diferentes e ainda funcionar sem se odiar.


Para criar confiança é preciso ser sincero.


Então vamos pensar juntos!


Nos dias de hoje em nossa cultura passamos a seguir a norma de sorrir e dizer coisas educadas quando não estamos com vontade, além de contar mentirinhas bobas e fingir concordar mesmo quando divergimos. É por isso que as pessoas aprender a aparentar que são amigas de gente que não gostam, a comprar artigos que não desejam.


O sistema econômico promove essa farsa.


A desvantagem é que você nunca sabe se pode confiar na pessoa com quem está falando, e isso acontece entre amigos íntimos ou parentes. A pressão para ser agradável é tão forte que muitas vezes reconfiguramos nossa personalidade inteira para se adequar melhor ao interlocutor.


E você poderia me perguntar: e qual o objetivo dessa explicação?


Rejeição faz bem.

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STELLA BITTENCOURT

 

LIFE STRATEGIST

 

ADVISORY | MENTORING | LEARNING

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