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Os profissionais mais cobiçados no futuro próximo? Os grisalhos.


O Brasil hoje é um país de velhos. Embora eu desgoste dessa palavra (velho), pois carrega em si uma noção pejorativa vou mantê-la como uma provocação de que às vezes o que pouco valor atribuímos é do que mais precisamos.


As previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que até 2030:


- os idosos chegarão a 41,5 milhões (18%)


- jovens de até 14 anos serão 39,2 milhões (17,6%).


Conclusão? Em 11 anos, haverá mais pessoas acima de 65 anos do que crianças no país.


Contundente, não?


Adicione ao cenário acima o fator “expectativa de vida ao nascer” que seguirá aumentando, chegando a 80 anos nas próximas décadas. Atualmente, em 2019, é de 76 anos.


O fenômeno, que já ganhou vários apelidos como “tsunami prateado”, “economia prateada”, “sexagenários adolescentes”, “maturidade plena” , implicará mudanças profundas na economia, nas políticas públicas, na assistência social, no mercado de trabalho, na Previdência e, claro, nos negócios.


Se por um lado esse mar de grisalhos impõe desafios, por outro gera oportunidades. Embora não existam pesquisas mensurando a capacidade exata de consumo dessa nova geração que vai ter que se inventar, pois ainda ninguém tinha vivido tanto, os números dão pistas do potencial.


Um levantamento de especialistas em hábitos de consumo da população mais velha, estima que os clientes mais maduros movimentem 2,4 bilhões de reais ao ano só no Brasil. Globalmente, as cifras são ainda mais impressionantes.


A Tetra Pak que publicou o segundo relatório Consumer Generations, em 2017, afirma que o poder de compra dessa geração será de 20 trilhões de dólares até 2020. As perspectivas são tão positivas que a Euromonitor International, empresa global de pesquisa de mercado, classificou produtos voltados para idosos como a principal tendência para 2019.


Como o mercado é embrionário, quem deseja atuar nele precisa ser perspicaz para fazer a leitura de dados ainda pouco consolidados. A dificuldade está em atender a diversidade desse público, que possui realidades e necessidades diferentes, sobretudo de renda e capacidade física e mental. Portanto podemos pensar que ao mesmo tempo que é complicado ser pioneiro numa área onde falta praticamente tudo, é também muito promissor.


Com sexagenários, septuagenários e octogenários trocando remédios e hospitais por diversão e bem-estar, profissionais como psicólogos, geriatras, gerontólogos, personal trainers para a terceira idade, fisioterapeutas, agentes de turismo e até especialistas em aconselhamento para aposentadoria ganham relevância. O que se sabe é que já existe demanda na área da saúde e em setores como alimentação, estética, finanças, moradia, entretenimento e tecnologia


Mas, a despeito de todo otimismo, é preciso colocar à mesa alguns problemas incômodos. A parcela de grisalhos que desfruta de uma condição financeira confortável é pequena — a maioria dos aposentados do INSS (72%) recebe apenas um salário mínimo no Brasil. Ou seja, a renda necessária para que essa população consuma e usufrua de tantos produtos esbarra em duas questões importantes: a atual reforma da Previdência e o preconceito do mercado de trabalho, que exclui trabalhadores com rugas e cabelos brancos.


Tendo o panorama acima em mente a conclusão lógica é que os “grisalhos” vão ficar mais tempo no mercado de trabalho convivendo com os Millennials, os Zs e os que vierem depois deles. Assim sendo temos alguns desafios em um futuro próximo: criar pontes entre as gerações que hoje estão separadas por 4 décadas, unir conhecimento tecnológico das gerações mais novas com a sabedoria dos grisalhos que com 40 anos de idade adulta tem muito a contribuir e ajudar a desenvolver em meio aos mais novos habilidades e atitudes para lidar com humanos e máquinas. Afinal, com a Inteligência Afetiva desenvolvida a nossa é a primeira geração que viveu o analógico e se familiariza diariamente com o digital, vivendo no pós-digital.


Pense! Empregar os grisalhos é interessante por vários aspectos: redução de gastos do governo com saúde, incentivo ao consumo, aumento da autoestima dessa população e ganhos macroeconômicos.


Um estudo da FGV mostrou que o Brasil aumentaria seu PIB em 18,2 bilhões de reais por ano se elevasse para cerca de 60% o nível de empregabilidade de pessoas acima de 50 anos (em 2015, esse índice estava em 26%).


Profissionais com bagagem e experiência na tomada de decisões só trazem ganhos para as companhias. Resta saber se o mercado, além de vender, também está disposto a trazer os idosos para dentro de suas operações.


E você, o que acha de trabalhar com grisalh@s?

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STELLA BITTENCOURT

 

LIFE STRATEGIST

 

ADVISORY | MENTORING | LEARNING

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