Comunicação Não Violenta, Empática: Solidão - um presente.

Tenho conversado com pais que imaginam que estão fazendo um favor aos filhos mantendo-os ocupados. Eles preenchem o tempo depois da escola com aulas de balé, jogos de futebol, treinos de tênis, ginástica, piano, violino. As crianças passam de uma atividade a outra, sem tempo para pensar, brincar ou descobrir quem são quando estão sozinhas. Todos esses aprimoramentos podem ser bons, mas os pais devem considerar dar aos filhos o presente da solidão de vez em quando.
Ao chegarem à idade adulta, continuam no mesmo padrão de vida sobrecarregado e se vangloriando de quanto realizam num dia e de quão pouco dormem a noite. Fazer varias coisa ao mesmo tempo se tornou parte da experiência cotidiana e ter um ritmo de vida acelerado, sem tempo para descansar, refletir e se recuperar, é com freqüência a regra. Há quem pense que dormir um terço da vida é um pecado. Entendo que dormir um terço da vida acrescenta um terço ao meu tempo de vida.
Ao contrário de acelerar a vida, precisamos torná-la mais tranquila. Computadores, smartphones e aplicativos digitais aumentam o ritmo de nossas vidas e não é surpresa que as vantagens que trazem estão acompanhadas de desvantagens. Podemos entrar em contato com pessoas que estão a centenas de quilômetros num instante, mas as cartas longas e descritivas que antigamente escrevíamos cheias de detalhes sobre nossas famílias e o ambiente ao nosso redor, foram em grande parte substituídas por e-mails curtos e objetivos. Nem pense que estou fazendo a apologia de que o tempo passado é que era bom. Nada disso, mas convenhamos que parar para refletir o que contar, como descrever os fatos e qual importância atribuir, ressaltando ou omitindo-os, nos dava uma capacidade únicas de nos encontrarmos em meio a nossas vidas.
Será que alguém acha que se comunicar por emojis vai melhorar as relações humanas e trazer mais compreensão e paz?
As redes sociais nos oferecem amigos e seguidores, ainda que freqüentemente nossas conexões sejam mais pobres do que percebemos. Raramente podemos buscar consolo ou ajuda nos “amigos” que são apenas uma foto no Facebook e é improvável que sejamos capazes de convencer as pessoas sobre uma questão importante como a discriminação ou a tolerância somente com um tuíte. Relacionamentos fragmentados não constroem uma sociedade mais coesa.
Gastamos nosso tempo livre olhando para telas, de forma que não ficamos nem sozinhos nem realmente conectados uns com os outros. O submundo criado pela tecnologia nos deixa com a sensação de que estamos desabrigados e assim o ruído do conformismo abafa o silencia da Verdade. Estamos perdendo a coragem de crescer nas inter-relações? Será?
Necessitamos de estímulos do mundo, ver as pessoas e ter experiências para desenvolver uma visão ampla e também precisamos de tempo sozinhos para entender o que vemos.
A Comunicação Empática, alicerçada nos funfamentos da Inteligencia Afetiva é uma excelente pratica de conexão nas esferas do desenvolvimento humano, eu comigo, eu com o outro, eu com os grupos, eu com o planeta pois o que nos afeta tem afeto
#dica: faça parte do mundo e absorva todas as idéias que puder. Depois se refugie em sua solidão ou num lugar tranqüilo e decida como irá usá-las para melhorar você, suas relações e o mundo.