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A verdade sobre o 8 de março – Dia Internacional da Mulher


Há pouco mais de um séculos, alimenta-se a ideia de que o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, teria surgido por causa da morte de 121 operárias e 21 operários carbonizadas em um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911. Porém, não é tão simples assim!


Intelectuais feministas afirmam que essa versão funesta do aparecimento da data, em que mulheres morreram de forma passiva enquanto trabalhavam, abafa a história de luta e mobilização das mulheres operárias do final do século 19, que se organizavam solicitando a governos e patrões melhores condições de trabalho.


A principal teórica no Brasil a trabalhar o tema é a socióloga Eva Blay, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenadora do USP Mulheres. Blay explica que a criação da data foi motivada “por fortes movimentos de reivindicação política, trabalhista, greves, passeatas e muita perseguição policial”, e não somente pela morte de dezenas de mulheres exploradas pelo capital.


Segundo ela, desvincular o 8 de março, hoje considerado um dia festivo e capitalista – em que patrões e empresas insistem em “presentar” funcionárias com maquiagem, flores e serviços em salões de beleza – da luta de operárias por melhores condições de trabalho, é uma maneira de apagar o protagonismo das mulheres em sua própria história social e política.


Caso tenha interesse em beber da fonte dessa história sugiro que leia Clara Zetkin, a mulher que sugeriu a criação do Dia Internacional da Mulher e que em 1906, apresentou um argumento tremendamente impactante e consciente em defesa do sufrágio feminino em solidariedade ao Partido Social Democrata da Alemanha. Em seu documento de conferência, Clara Zetkin procurou colocar o sufrágio feminino na linha de frente da plataforma do Partido Social Democrata da Alemanha. O texto está publicado em sua integre no livro “Social Democracy & Women Sufrage” disponível nos bons e-commerces do ramo.


Conclusão: o Dia da Mulher é uma data política, que vem da luta de mulheres operárias e não da morte passiva.


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STELLA BITTENCOURT

 

LIFE STRATEGIST

 

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